O ativista conservador Charlie Kirk, 31 anos, morreu após ser baleado durante enquanto discursava em um evento na Universidade Utah Valley, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (10). O influenciador era uma figura de destaque da direita americana e aliado do presidente Donald Trump
Kirk ganhou projeção como fundador e líder do movimento "Turning Point USA", descrito pelo jornal The Guardian como um grupo juvenil de direita..
Andrew Kolvet, porta-voz do movimento criado pelo ativista, confirmou que Kirk foi baleado no pescoço, informou o The New York Times.
Quem era Charlie Kirk
Um dos principais nomes da direita jovem nos EUA atualmente, Kirk tinha mais de 7 milhões de seguidores no Instagram. Ele ganhou projeção ao fundar, aos 18 anos, o grupo Turning Point USA, organização criada em 2012 para difundir ideias conservadoras em escolas e universidades.
Descrito pelo jornal The Guardian como um grupo jovem de extrema direita, o Turning Point organiza conferências, forma lideranças e leva palestrantes a campi em todo o país. Atualmente estão presente em mais de 850 universidades.
De acordo com The New York Times, embora não fizesse parte do governo, Kirk exercia influência significativa na Casa Branca. Desde a eleição passada, ele teria ajudado a avaliar candidatos a cargos, "testando sua lealdade a Trump", diz o jornal.
Durante o primeiro mandato de Trump, o ativista teria visitado a Casa Branca mais de 100 vezes. Além disso, participou de viagens e festas privadas com o presidente americano, e esteve envolvido em eventos-chave da era Trump, como a inauguração de 2017.
Após o episódio de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores invadiram o Capitólio, a organização de Kirk apareceu na lista de grupos ligados ao comício que antecedeu os atos. Ele, no entanto, evitou endossar a invasão e manteve críticas direcionadas à esquerda, preservando sua proximidade com Trump.
Ascensão política
O interesse de Kirk pela política surgiu ainda no Ensino Médio, inspirado por Rush Limbaugh, ícone do rádio conservador. Aos 18 anos, após não conseguir vaga na academia militar West Point, ele desistiu de cursar a universidade para se dedicar integralmente ao ativismo, conforme o g1.
Durante os anos de Trump, duas organizações sem fins lucrativos de Kirk, "Turning Point USA" e a organização de ação política "Turning Point Action", cresceram de uma receita total de US$ 4,3 milhões em 2016 para US$ 92,4 milhões em 2023, sendo a maior parte proveniente de doações.
A ascensão chamou a atenção do Partido Republicano. Em 2016, Kirk foi o palestrante mais jovem da Convenção Nacional Republicana, que confirmou Trump como candidato. Durante o governo seguinte, frequentou a Casa Branca e ajudou a avaliar nomes ligados à base trumpista.
Nas eleições de 2020 e 2024, a entidade impulsionou a mobilização de jovens em torno da campanha republicana por meio do movimento "Students for Trump", (estudantes com Trump). Ele consolidou sua voz entre conservadores via podcasts, redes sociais e livros, incluindo o best-seller The MAGA Doctrine (A doutrina "Torne a América Grande Novamente"), tornando-se milionário.
O que se sabe sobre o crime
Vídeos gravados por celulares e divulgados nas redes sociais mostram o momento do disparo. Um vídeo postado nas redes sociais mostra o momento em que Charlie Kirk foi baleado e os segundos que antecederam o incidente. Kirk estava sendo perguntado sobre tiroteios em massa nos Estados Unidos.
"Você sabe quantos atiradores em massa houve nos EUA nos últimos 10 anos?" pergunta uma pessoa. "Contando ou não a violência de gangues?" responde Kirk logo antes de ser baleado.
Uma porta-voz da universidade disse que tiroteio ocorreu cerca de 20 minutos após o início de seu discurso. O evento fazia parte de uma turnê, que iria passar por várias universidades do país. A Utah Valley University fechou o campus e cancelou as aulas temporariamente após o incidente.
A porta-voz ainda afirmou que um suspeito disparou contra Kirk a partir do um prédio a cerca de 200 metros de distância, e foi detido pela polícia.
Inicialmente, a polícia deteve um homem mais velho, mas depois confirmou que ele não era o atirador. A identidade e o motivo do ataque ainda não foram divulgados. O suspeito não era estudante.
O FBI e o Departamento de Justiça estão acompanhando de perto o caso e enviaram agentes ao local.
Condenação bipartidária
Democratas e republicanos condenaram rapidamente o ataque nas redes sociais. Trump pediu orações a Kirk no Truth Social, chamando-o de "grande cara de cima a baixo". Uma hora depois, o presidente confirmou a morte do aliado, que descreveu como "grande, e até lendário".
"Ninguém entendia ou tinha o coração da juventude nos Estados Unidos melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por todos, especialmente por mim, e agora não está mais entre nós. Melania e eu enviamos nossas condolências à sua bela esposa Erika e à família. Charlie, nós te amamos" escreveu.
Em uma breve entrevista ao The New York Post, o presidente Trump chamou Kirk de "um amigo muito, muito querido" e de "uma pessoa extraordinária".
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, um democrata, descreveu a violência como "repugnante, vil e repreensível". Outros políticos, como Lindsey Graham, Ted Cruz e Katie Britt, também expressaram apoio e preocupação.
Fonte: gauchazh
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